XX Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica discute desafios e caminhos para uma nova sociedade 14/10/2004 - 00:00

Intercâmbio sistemático de informações
sobre conceitos e práticas emergentes no
setor ajudam a desenvolver as competências
para lidar com as mudanças decorrentes.


Companhias como Gerdau, Votorantim, Perdigão e Natura fazem parte de um seleto grupo de empresas brasileiras que estão fincando bases no mercado externo. São as multinacionais brasileiras. Elas se destacam como pioneiras, porque a taxa de inovação na indústria brasileira - de grande porte - é de 31,5%, muito abaixo, por exemplo, dos 60% apresentados pela Alemanha, segundo estudo realizado pela Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras (Anpei). Com apoio direto do Instituto de Tecnologia do Paraná - Tecpar, que preparou a ambientação para a realização do evento em Curitiba, os principais desafios dessa escalada e o papel da inovação como fator preponderante para o sucesso dessas companhias serão temas debatidos no XXIII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, que será realizado de 19 a 22 de outubro, em Curitiba (PR), na Federação das Indústrias do Paraná/Cietep.
O simpósio, cujo tema é Tecnologia e Desenvolvimento: desafios e caminhos para uma nova sociedade, pretende debater a questão de forma abrangente, tanto do ponto de vista econômico-social quanto do impacto social que gera. Se por um lado, o progresso técnico aumenta a capacidade de acumulação de riquezas e geração de renda, por outro pode trazer conseqüências negativas do ponto de vista ambiental e social. Serão discutidas ainda a necessidade de equilíbrio entre progresso tecnológico, competitividade e inclusão social, a sustentabilidade das nações, a governabilidade e a superação das desigualdades regionais.
O evento recebeu a inscrição de 786 trabalhos, dos quais apenas 246, rigorosamente selecionados por um comitê científico, deverão ser apresentados. Segundo o professor Roberto Sbragia, do Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo, o conjunto dos trabalhos apresenta um panorama do estado da arte em gestão da inovação tecnológica no Brasil e na América Latina e constitui-se em fonte de informação sobre idéias, propostas, abordagens, técnicas e instrumentos de interesse tanto prático quanto acadêmico. "Trata-se de um evento que tem quase 30 anos de existência, mas nos últimos dez anos passou a ter uma forte conotação empresarial, pois hoje é o evento que carrega o maior público empresarial dos eventos acadêmicos", explica.
Cerca de 50% dos trabalhos que serão apresentados no simpósio são orientados para as empresas. Tal fato se justifica pela importância que o tema pesquisa, desenvolvimento e inovação vem ganhando no Brasil, sendo inclusive objeto da política governamental. Esse contigente, que aglutina cerca de 1.500 empresas, já pode comemorar bons resultados. Nos últimos três anos, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento em média de R$ 4 milhões/ano por empresa, já respondem por 40% das vendas atuais. Isso em setores mais tradicionais, pois, segundo Sbragia, em setores altamente tecnológicos, como informática, eletroeletrônica e telecomunicações, as inovações já são responsáveis por 70% a 80% das vendas.
A realização
Além do apoio local direto do Tecpar, a realização do simpósio é fruto da aliança entre diversas instituições brasileiras de renome, como o Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da Universidade de São Paulo (PGT/USP), apoiado pela Fundação Instituto de Administração, entidade vinculada ao Departamento de Administração da FEA/USP; o Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).

(lax)     14/10/2004 12:12   XXIIISimpósio1