Tecpar vai desenvolver normas para a certificação do leite 09/11/2005 - 00:00


O Instituto de Tecnologia do Paraná – Tecpar foi escolhido pelo Ministério da Agricultura para constituir e coordenar um comitê que vai estabelecer as normas de certificação do leite produzido no Brasil, com o objetivo de torná-lo competitivo e adequado às exigências do mercado internacional. A proposta integra os objetivos do Sistema Agropecuário de Produção Integrada (SAPI) de oferecer as condições de desenvolvimento de metodologia e técnicas de manuseio, desde a propriedade rural às gôndolas de supermercados, para garantia da certificação, identificação de origem e rastreabilidade dos produtos agropecuários brasileiros.

O projeto para desenvolvimento do SAPI gado de leite foi aprovado junto ao CNPq, com a coordenação da pesquisadora Roberta M. Züge, do Tecpar. Será inicialmente para três anos, sendo prorrogável por mais dois anos. A cadeia de produção bovina produtora de leite está passando por um processo de sistematização que permitirá garantir a qualidade do produto e assegurar que tenha sido obtida em um sistema que garanta a proteção ao meio ambiente, a segurança ao homem trabalhador, o bem estar do animal e que permita rastreabilidade. Um sistema baseado em boas práticas agrícolas, permite ao Brasil equivalência com normas internacionais, aumentado a chance de ganhar mercados exigentes.

Desta forma, o Tecpar irá desenvolver, em pareceria com outros agentes, o sistema de produção integrada de leite bovino recomendada pelo Ministério da Agricultura, testando, concebendo e validando o seu próprio programa de avaliação da conformidade.

A produção

A produção anual de leite no Brasil aumentou de 8 bilhões de litros em 1975 para os atuais 22 bilhões, resultado dos ganhos de produtividade decorrentes da adoção de tecnologias pelos produtores. A produção integrada é um sistema de exploração agrária que produz alimentos e outros produtos de alta qualidade mediante o uso dos recursos naturais e de mecanismos reguladores para minimizar o uso de insumos e contaminantes e para assegurar uma produção agrária sustentável, baseada no emprego de boas práticas agrícolas.

O incremento na produção de leite aumenta a possibilidade de excedentes exportáveis. No entanto, havendo excedente para exportação ela só se realiza caso o produto tenha garantia de qualidade e padronização, pois tanto o mercado externo, quanto uma parcela  crescente do mercado interno, exigem produtos de qualidade garantida. Além de produto de padrão conhecido e saudável, a população está cada vez mais exigindo que tenha sido obtido em condições que não degradem o meio ambiente e em situação na qual o homem do campo e o animal gozem de bem estar.

Para Roberta Züge, se o Brasil já contasse com as normas de certificação do leite em vigor, poderia ter evitado o desperdício de milhares de litros despejados sobre a lavoura nas últimas semanas, devido ao recuo do mercado perante as suspeitas de febre aftosa em alguns rebanhos do Estado. As suspeitas não foram confirmadas, não havia animais infectados, mas os prejuízos já haviam sido contabilizados pela bacia leiteira paranaense.

(lax) 9/11/2005 14:29 leite3