Tecpar tem novo produto 20/10/2006 - 00:00

O governador em exercício, Hermas Brandão, inaugurou nesta sexta (20/10) o laboratório de produção de proteína monomérica tetânica (PMT) do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). A PMT, hoje totalmente importada, é um dos componentes utilizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na produção da vacina chamada tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e meningite B). O produto do Tecpar, um componente da fração da meningite, já foi aprovado pelo Instituto Biomanguinhos, a unidade da Fiocruz responsável pela produção do imunobiológico.

 

"O Paraná, por meio do Tecpar, estará ajudando a salvar muitas vidas no país", afirmou o governador em exercício, Hermas Brandão. A vacina combinada é indicada para imunização ativa de bebês a partir de dois meses de idade e possibilita que com apenas uma dose as crianças estejam protegidas contra várias doenças. A previsão é de fornecimento de 12 a 16 milhões de doses para o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, já em 2007.

De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo, o projeto é um exemplo do uso eficiente dos recursos públicos com a utilização de um patrimônio público projetado inicialmente para produzir a fração contra o tétano.

Com um investimento de R$ 3 milhões do Fundo Paraná de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o instituto – o único fornecedor da vacina anti-rábica de uso veterinário ao Ministério da Saúde – consolidou mais uma linha de produção. "O Tecpar investiu em melhorias, principalmente em Boas Práticas de Fabricação, e usou a competência técnica e a estrutura existente", afirmou. A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Ligia Pupato, disse na ocasião que o projeto resgata o papel público das instituições paranaenses: "o Tecpar dá suporte às ações do Estado que beneficiam a população".

Os testes físico-químicos realizados já aprovaram o insumo, que atendeu às especificações exigidas. O produto teve um bom desempenho já no primeiro lote e depende somente do resultado final dos testes clínicos, que até o momento são positivos.

Tecpar

O Tecpar é uma empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Ao longo da trajetória de mais de 60 anos, a instituição, que atua em pesquisa, desenvolvimento, produção e prestação de serviços, conquistou credibilidade no Paraná e no Brasil. Entre os seus objetivos está a contribuição com órgãos públicos visando tornar o Brasil auto-suficiente na produção de imunobiológicos. Além de fornecer mais de 30 milhões de doses da vacina anti-rábica de uso veterinário distribuídas pelo Programa Nacional de Profilaxia da Raiva, do Ministério da Saúde, o Tecpar vai produzir a vacina anti-rábica com base em cultivo celular para uso humano (Vero) e animal (BHK), cumprindo a meta de melhoria do padrão tecnológico na produção de vacinas e colocando-se entre os institutos tecnológicos mais modernos do Brasil.

Bio-Manguinhos

Bio-Manguinhos é o principal fornecedor de vacinas do Ministério da Saúde e sua produção é feita a partir da previsão anual do PNI (Programa Nacional de Imunizações). A Secretaria de Vigilância em Saúde coordena o programa e define como serão as estratégias de utilização de imunobiológicos segundo a previsão da taxa de natalidade brasileira do respectivo ano e a situação epidemiológica do país.

O Bio-Manguinhos iniciou a produção da vacina combinada contra DTP e Hib em 2001, com a importação da fração da Hib e em parceria com o Instituto Butantan. A 1ª dose da vacina deve ser administrada com dois meses de idade, a 2ª, com quatro meses, e a 3ª, com seis meses. Não é recomendado o uso da vacina em crianças a partir de 7 anos de idade, adultos e idosos.

PMT

A proteína monomérica tetânica é um componente que, conjugado com o polissacarídeo encontrado na cápsula extracelular do Hemofilus influenzae tipo B, a chamada vacina Hib (contra um tipo de meningite bacteriana), e com a vacina tríplice (contra tétano, difteria e coqueluche), resulta na vacina tetravalente ou quádrupla.


Doenças*

Difteria
A difteria é uma doença bacteriana aguda, cujas lesões características são membranas branco-acinzentadas aderentes, circundadas por processo inflamatório que invade as estruturas vizinhas, localizadas mais freqüentemente nas amígdalas, laringe e nariz e, ocasionalmente, na pele, no conduto auditivo, no pênis (pós-circuncisão), na vulva e no cordão umbilical. A doença compromete o estado geral do paciente, que se apresenta febril, cansado e pálido. Há dor de garganta discreta. Em casos mais graves pode haver edema intenso no pescoço, aumento de gânglios linfáticos na região e até asfixia mecânica aguda, pela obstrução causada pela placa.

Tétano
O tétano é uma infecção aguda e grave, não contagiosa, causada pela toxina do bacilo tetânico (Clostridium tetani) introduzido no organismo através de ferimentos ou lesões de pele. O tétano acidental se manifesta por: aumento da tensão muscular geral e do pescoço, o que ocasiona dificuldade de deglutição, que pode chegar à contratura muscular generalizada; rigidez muscular progressiva, atingindo os músculos reto-abdominais e diafragma, levando à insuficiência respiratória; e crises de contraturas geralmente desencadeadas por estímulos luminosos, sonoros ou manipulação do doente, podendo levar à morte.

Coqueluche
A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e transmissível, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por tosse seca contínua. É causada por uma bactéria, a Bordetella pertussis. Atualmente, é considerada uma síndrome, podendo ser causada por vários agentes; contudo, apenas a Bordetella pertussis está associada às coqueluches endêmica e epidêmica e às possíveis complicações e mortes. A coqueluche evolui em três fases sucessivas. A fase catarral inicia-se com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre, coriza, mal-estar e tosse seca) seguidos de surtos de tosse. A fase paroxística apresenta como manifestação típica o apogeu dos surtos de tosse seca, finalizados por inspiração forçada, prolongada e súbita, seguidos de vômitos. Na fase de convalescença os surtos intensos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum. Lactentes menores de seis meses constituem o grupo de indivíduos especialmente propensos a apresentar as formas mais graves e muitas vezes letais de coqueluche.

Hib
A Haemophilus influenzae tipo b (Hib) é uma bactéria que atinge principalmente crianças de até 5 anos, causando infecções que começam geralmente no nariz e na garganta, mas podem espalhar-se para outras partes do corpo, incluindo pele, ouvidos, pulmões, articulações e membranas que revestem o coração, a medula espinhal e o cérebro. Essa bactéria pode causar diferentes doenças infecciosas com complicações graves como pneumonia, inflamação da epiglote, dor de ouvido, infecção generalizada na corrente sangüínea, inflamação do pericárdio e inflamação das articulações. Porém, uma das piores doenças causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b é a meningite, que geralmente tem um início súbito, com febre, dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca. Mesmo com tratamento adequado, pode ser fatal ou deixar seqüelas como retardo mental, surdez ou paralisia. A Hib é a causa mais freqüente de meningite bacteriana e a causa mais importante de doenças bacterianas em crianças em todo o mundo.

* Fonte: Fiocruz


Juh pmt_inauguração.doc 20/10/2006