Tecpar poderá estabelecer parceria com o Japão para pesquisa de fontes de energias renováveis 07/03/2012 - 12:53

Uma tinta que possibilita o aproveitamento da energia solar ou a geração de energia a partir do hidrogênio são exemplos de tecnologias que empresas japonesas já dominam e poderão ser introduzidas no Paraná com apoio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), que atuará na área de  pesquisa, testes e validação de tecnologias verdes.

Essa é uma das conclusões de uma reunião realizada na terça-feira (6) no Tecpar com uma representante do Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão Yumi Watanabe. Ela está no Brasil realizando uma série de encontros em nome do governo japonês para pesquisar eficiência energética, em especial Biomassa (resíduo orgânico utilizado para a produção de energia) e redes Smart Grid - redes integradas de prédios comerciais, industriais ou residenciais que geram e devolvem energia para rede elétrica em determinados momentos do dia.

A reunião foi intermediada pelo diretor de relações internacionais da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná Heberthy Daijó e teve a presença do diretor técnico do Tecpar Guilherme Zemke, representantes do Centro de Energias Renováveis (Cerbio) do instituto Elisa Maria Suchek e Bill Jorge Costa e o pesquisador do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/PR) Jorge Watanabe.

Na avaliação do diretor técnico Guilherme Zemke, a visita aconteceu em um momento oportuno, uma vez que o Governo Federal está regulamentando a microgeração de energia no Brasil e o Governo do Estado do Paraná tem um projeto de diversificação de sua matriz energética chamado Vale da Energia, no qual, o Tecpar deverá atuar no teste e validação de equipamentos de geração de energias renováveis.  “Atualmente os estudos do Tecpar nessa área estão mais voltados para o uso de oleaginosas na produção de energia. Entretanto, sabemos que faz parte das diretrizes do Governo do Estado encontrar fontes alternativas de energia limpa e, na condição de instituto público de pesquisa, temos total interesse em estabelecer parcerias e ampliar nosso objeto de estudo para o teste e desenvolvimento de novas tecnologias verdes”, disse Zemke.

O diretor da Câmara do Comércio Heberthy Daijó afirmou que existem 10 mil empresas japonesas de pequeno e médio porte interessadas em compartilhar tecnologias com o Brasil e, segundo ele, pelo menos 5 mil querem vir ao país comercializar os seus produtos. Já a representante do governo Yumi Watanabe disse que as empresas japonesas de tecnologias renováveis têm um certo receio de vir ao Brasil por pensarem que este mercado já estaria saturado por fabricantes de outros países, o que foi negado pelos representantes do Tecpar.

Para estreitar as relações com o Japão, Daijó sugeriu uma visita do cônsul japonês ao Tecpar. Ele também convidou os participantes da reunião para um evento que acontece no dia 12 de março na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), com presença de representantes de empresas japonesas, para discutir a geração de energia a partir da queima de dejetos de galinhas e de lixo.

O interesse japonês por fontes de energia renováveis cresceu após as consequências do acidente na Central Nuclear de Fukushima, ocorrido em março do ano passado em função do terremoto seguido de tsunami que devastou o noroeste do país. No Brasil, o interesse recai especialmente sobre o uso da biomassa para a produção de energia, assunto que o país tem maior domínio em função de ser um dos maiores produtores de etanol do mundo, sendo o estado do Paraná o segundo maior produtor, atrás apenas de São Paulo.

A biomassa gerada na produção de etanol, ou seja, o bagaço de cana já é usado hoje para a geração de energia por meio de sua queima. A energia gerada é usada no próprio processo de produção do etanol ou do açúcar.