Uma parceria entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a empresa Biocad Brazil pode estar sendo formalizada nessa quinta-feira (23), em reunião que acontece no Ministério da Saúde, em Brasília. Diretores do Tecpar apresentam ao Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do ministério, Carlos Gadelha, o projeto elaborado entre os parceiros, conforme demanda do próprio órgão federal, a partir dos primeiros contatos de apresentação para a possibilidade de um trabalho conjunto entre as partes.

O objetivo do empreendimento será a produção pelo Tecpar (que já produz vacinas e antígenos) de três medicamentos modernos, de alta eficácia e que possuem grande significado social no tratamento de pacientes com câncer, artrite reumatoide e hepatite C. Um deles será o peg-interferon e os outros dois, baseados em anticorpos monoclonais, serão rituximabe e trastuzumabe. O Ministério da Saúde é o maior interessado no desenvolvimento da produção nacional de remédios oncológicos, que integram a lista de prioridade de compras do governo brasileiro.

Com a união, além de auxiliar na produção dos medicamentos em território brasileiro, a Biocad também vai ajudar na transferência da tecnologia de produção destes medicamentos. Com isso, será possível economizar de 50% a 70% do que hoje é gasto na importação dos medicamentos, que são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso do interferon, por exemplo, só em 2012 foram gastos R$ 124 milhões em importações.

A Biocad é uma companhia russa de biotecnologia, fundada em 2001, cujo foco é a pesquisa, o desenvolvimento, a produção, a inovação e a comercialização de produtos farmacêuticos de origem biológica. A empresa possui três fábricas, sendo duas em Moscou e uma terceira que será inaugurada em São Petersburgo ainda 2013, além de um centro próprio de pesquisa e desenvolvimento. A Biocad tem subsidiárias no Brasil, na Índia, na China e um escritório nos Estados Unidos.

PDP

A parceria terá formato de uma PDP – parcerias para o desenvolvimento produtivo, que são firmadas entre instituições públicas e entidades privadas com o objetivo de fomentar o desenvolvimento de tecnologias em áreas estratégicas, como a de biotecnologia, para diminuir custos. As PDPs têm por finalidade reduzir o tempo de desenvolvimento de novos produtos, valendo-se de transferência de tecnologia do processo produtivo de medicamentos estratégicos que já estão desenvolvidos pela iniciativa privada. O prazo determinado para uma PDP é de cinco anos, durante o qual o produto deve ter sido registrado no Brasil enquanto todas suas etapas produtivas também devem estar sendo realizadas no país.