Tecpar participa de seminário preparativo para a Rio+20 15/03/2012 - 15:39

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) foi uma das entidades convidadas para participar  do seminário para a imprensa “Diálogos para a Rio+20”, promovido pelo Instituto Superior de Administração e Economia (ISAE/FGV), na última terça-feira (13/03), em Curitiba.

Com a proposta de antecipar as discussões que se darão na Rio+20, conferência sobre sustentabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que acontece em junho, no Rio de Janeiro, o seminário reuniu o Presidente do ISAE/FGV, Norman Arruda Filho; o Superintendente de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Cícero Bley Junior e o Coordenador do Programa em Direito e Meio Ambiente da FGV, Rômulo Sampaio, além de jornalistas.

O presidente da FGV destacou a importância de promover o debate sobre sustentabilidade e trazer a discussão para dentro das empresas e das instituições de ensino. Assim como o Tecpar Educação, a FGV é signatária de um pacto global da ONU chamado PRME (Principles for Responsible Management Education), uma lista de mais de 400 instituições de ensino de vários países que seguem seis princípios de responsabilidade e sustentabilidade. O princípio número 6 é o diálogo, “justamente o que estamos promovendo aqui hoje”, disse Arruda Filho.

O advogado Rômulo Silveira descreveu detalhadamente a origem das preocupações socioambientais no mundo e falou sobre o histórico das grandes conferências internacionais, bem como os seus resultados. Segundo ele, até os anos 70 não havia qualquer preocupação com o meio ambiente. Em nome da política desenvolvimentista, os países devastavam suas florestas e não tinham cuidado com os resíduos tóxicos. “Era a privatização dos recursos naturais e a socialização das perdas ambientais”, disse Silveira.

Ele afirmou que o quadro começou a mudar a partir de desastres ambientais ocorridos nos Estados Unidos e em outros países. “Em 1972 acontece a primeira grande conferência internacional sobre meio ambiente, em Estocolmo, e os países começam a discutir alternativas para conciliar o desenvolvimento com o meio ambiente”. Na avaliação de Silveira, a sensibilidade dos países para o cuidado com o meio ambiente só fica mais latente 20 anos mais tarde, na Rio 92, quando os problemas que eram pontuais passaram a ser globais. “Problemas como o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa dão origem a uma série de tratados e convenções que surtem efeitos práticos, como a contenção do uso do gás Clórofluorcarbono (CFC) pela indústria”. O CFC foi considerado um dos principais responsáveis pelo buraco na Camada de Ozônio, a camada gasosa que protege a Terra dos raios solares.   

Cícero Bley Junior, destacou que o Brasil é o 3° maior produtor de gases do efeito estufa em função do desmatamento. Na opinião dele, os principais desafios do mundo hoje, 20 anos depois da Rio 92, estão relacionados à produção de energia e à conservação da água doce. “Formas alternativas de gerar energia, as chamadas redes smart greed devem dominar boa parte dos debates na Rio+20”, na opinião do convidado.

O representante da Itaipu lembrou que o governo federal está regulamentando a microgeração de energia renovável, seja solar ou a partir de outras fontes instaladas em residências, mas, segundo ele, em função das características naturais do Brasil, as hidroelétricas ainda são uma boa opção. “Não podemos abdicar de nossas riquezas, 20% da água doce do mundo está no Brasil, as hidroelétricas são consideradas fontes limpas de geração e respondem por 86% da produção energética no país”, completou.