Tecpar apresentou novas tecnlogias para catadores de lixo reciclável 03/05/2004 - 00:00

 

Tecnologias sociais de baixo custo foram mostradas para cerca de 120 carrinheiros durante o 1° Encontro Tecnológico dos Catadores em Reciclagem, realizado no Instituto de Tecnologia do Paraná –Tecpar. A iniciativa do Governo do Estado é uma oportunidade para repassar novas tecnologias que apresentem soluções mais adequadas para a realidade dos catadores, com geração de renda, e mostra o respeito e a preocupação pelo trabalhador que realiza um serviço social de relevância. "Queremos desenvolver técnicas e processos em parceria. É a política de tecnologia social da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia", falou o coordenador de C&T da pasta, Ricardo Costa de Oliveira.

A diretora do Instituto do Lixo e Cidadania, Edna Camilo Dantas, destacou a importância de se olhar o catator como um trabalhador e agradeceu o governo pela oportunidade oferecida para minimizar as dificuldades por eles enfrentadas.

"Minha vida é a coleta, é daí que tiro meu sustento", afirmou o vice-presidente da Associação dos Coletores de Resíduos de Pontal do Paraná, Josué Lopes, explicando que a maior dificuldade deles é a falta de uma prensa, um dos itens identificados no diagnóstico realizado pelos técnicos do Tecpar e que resultou na pesquisa para identificar um equipamento de baixo custo que atendesse às necessidades apontadas.

Em apenas um mês os técnicos do instituto realizaram o diagnóstico, coletaram informações, compraram uma prensa e iniciaram as adaptações, apresentadas aos carrinheiros durante o evento dessa sexta (30/04). Com materiais usados pelos carrinheiros, como madeira e ferro, foi possível modificar o equipamento, que será testado agora pelas associações. Os técnicos acreditam que em dois meses o novo equipamento esteja disponível e possa facilitar o serviço de prensagem do material coletado.

Manutenção, facilidade de manuseio, armazenamento e não usar motores elétricos, foram alguns itens do projeto, além de garantir um investimento mais baixo, em torno de R$ 2 mil, e que possibilitasse a mesma compactação. As prensas usadas nesse tipo de serviço são elétricas e custam mais que R$ 14 mil. "Vamos estudar outras alternativas também, como uma mesa de separação das embalagens, por exemplo, sempre tentando encontrar onde a tecnologia pode ajudar", explica o engenheiro do Tecpar, Gilmar Andreatta.

José Ramalho, que trabalha há mais de 20 anos como catador, espera aprender com as iniciativas realizadas aqui. O evento é uma das atividades previstas no projeto "Desenvolvimento e divulgação de tecnologias sociais" financiado pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e que está sendo realizado em conjunto com a Secretaria de Estado do Trabalho e Ação Social e o Instituto do Lixo e Cidadania.

O Tecpar já desenvolveu dois projetos sociais e agora tem na sua estrutura uma divisão para tratar do assunto, criada para oferecer novas alternativas e propor inovações. Realizados há cerca de dois anos, os projetos de Biosistemas Integrados (BSI) e o Neociclagem de Embalagens atenderam uma demanda da sociedade e originaram pedidos de patentes, assegurando o direito intelectual e garantindo a disponibilização para quem realmente precisa da tecnologia, cumprindo assim seu papel social. Neociclagem é um processo de reciclagem de embalagens laminadas, tipo longa vida, através de uma formulação química de separação dos materiais que compõe a embalagem e o Biosistemas Integrados permite o aproveitamento total dos dejetos suínos que ameaçam os ecossistemas.

Juh 30.04.04 carrinheiros2