Tecpar amplia atuação na área de certificação de orgânicos 18/06/2013 - 12:55

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é atualmente o maior certificador de produtos orgânicos no Estado, atuando também em outros estados e países por meio de parcerias. A Tecpar Cert, unidade certificadora do instituto, tem seu principal foco no fomento à agricultura familiar, coordenando o Programa Paranaense de Certificação de Produtos Orgânicos (PPCPO).  O Paraná tem 100 mil pequenos produtores, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Destes, cerca de 6.500 produzem orgânicos, conforme levantamento do IBGE.

“Queremos apoiar e ampliar esse segmento, o que exige mais trabalho e recursos”, diz o gerente de certificação de produtos e coordenador do programa de orgânicos, Fábio Corrales. Contando com a parceria das universidades estaduais, da UTFPR de Pato Branco e do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia, o programa, financiado pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, subsidia a certificação das propriedades, compulsória conforme prevê regulamentação publicada pelo Ministério da Agricultura em outubro de 2011.

Para atender o programa paranaense de certificação de produtos orgânicos, a Tecpar Cert vai promover, de 24 a 28 deste mês, um curso para 20 bolsistas que atuam nos núcleos de agroecologia das instituições parceiras espalhadas em todas as regiões do Estado. Eles serão capacitados para auxiliar os produtores de seu núcleo a se adequarem à regulamentação da certificação de produtos orgânicos. E vão atuar, numa segunda etapa, como auditores nos demais núcleos.

O curso terá duração de 40 horas e será ministrado  pela empresa Academia Tecnológica de Sistemas de Gestão, na sede do Tecpar (CIC). Mais dois cursos estão previstos para o ano que vem. A meta é chegar a 60 profissionais, explica Corrales. “No início, o programa previa atender até 400 famílias, mas percebemos que a demanda é muito maior, e podemos chegar a mil famílias, dependendo dos recursos que tivermos”, diz ele.

SELO OBRIGATÓRIO – Com a publicação da Instrução Normativa n° 46  pelo Ministério da Agricultura, qualquer produto dito orgânico, para entrar no país, tem de ser certificado de acordo com essa regulamentação, desde a matéria-prima até o produto final,  e ostentar o selo “Orgânico Brasil”. A unidade de certificação do Tecpar, criada em 1997,  foi o primeiro organismo credenciado junto ao ministério, em 2011, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica.

Atualmente, o instituto está certificando alguns dos mais importantes vinhedos e vinhos orgânicos do Chile para entrada no Brasil. São vinhos  das uvas Cabernet, Carmenere, Pinot noir, Chardonnay e Sauvignon Blanc, que somente podem ser comercializados como orgânicos em território nacional se ostentarem o selo do Ministério da Agricultura (Orgânico Brasil).

Além dos vinhos, o Tecpar Cert também está certificando a quinoa e a kiwicha ( amaranto, planta sagrada dos incas e tida como o produto vegetal mais completo em termos de nutrição), produzidas no Peru e comercializadas no mercado brasileiro. No Brasil, o Tecpar certifica o café produzido por cooperativas e por grandes produtores de Minas Gerais e as castanhas do Brasil produzidas pela empresa Econut, em Itacoatiara, no Amazonas, entre outros produtos.

No Paraná, o instituto certifica a produção orgânica da avícola Gralha Azul, em Francisco Beltrão, e as hortaliças produzidas pela Chácara Sabores da Natureza, em Colombo. Ambos são fornecedores para as grandes redes de supermercados no Estado.

Dos pequenos produtores paranaenses, a certificação basicamente é feita em produtos da olericultura, grãos, adubos, melado de cana de açúcar, açúcar mascavo, geléias, picles, conservas, temperos, chás e condimentos.

CONVÊNIOS COM PREFEITURAS – O Tecpar  Cert mantém ainda convênios com as prefeituras de São José dos Pinhais e de Araucária para certificação de orgânicos produzidos nesses municípios. Foi para um produtor de São José dos Pinhais que o instituto emitiu seu primeiro certificado, em 2004. “Queremos também estender esses convênios para as prefeituras do interior, promovendo um trabalho conjunto que amplie ainda mais a produção de orgânicos no Estado”, afirma Corrales.