Semana de contatos internacionais e workshop sobre Smart Energy Paraná 05/12/2012 - 16:12

Em conformidade com as diretrizes do programa de governo Smart Energy Paraná, que pretende estimular a introdução de novas tecnologias em redes inteligentes e produção de energia renovável no estado, empresários italianos do setor estiveram em Curitiba na última segunda-feira (3) manifestando interesse em montar uma unidade de produção no Paraná e, no dia seguinte, terça-feira (4), aconteceu um workshop sobre o tema.


O 1º Workshop Smart Energy Paraná discutiu as principais tendências tecnológicas sobre smart grid energy (redes inteligentes de energia) e foi promovido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e Paraná Metrologia. Aconteceu na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) reunindo especialistas, empresários e representantes do governo.

INVESTIMENTO – A Cellini é uma empresa criada em 1978 que atua em forma de cooperativa e produz atualmente energia suficiente para suprir 6 mil residências italianas. A empresa estuda a possibilidade de instalar uma linha de montagem de painéis fotovoltaicos no Paraná.

Os representantes da Cellini Filippo Meucci e Stefano Ciacci vieram para Curitiba participar de reunião na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e depois seguiram para encontro com o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) Júlio Felix, responsável por secretariar o programa Smart Energy Paraná.

Na Fiep eles assistiram vídeos e ouviram apresentações de representantes da Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul (SEIM) e do Centro Internacional de Negócios (CIN/PR) da Fiep mostrando programas de governo, como o Paraná Competitivo, e as características do estado que contribuem para a atração de investimentos.

PROGRAMA - Na audiência no Tecpar com o diretor-presidente, Felix explicou aos italianos que o instituto foi encarregado pelo governo de secretariar o programa Smart Energy Paraná e vai servir como uma plataforma para teste e homologação de novas tecnologias verdes.

Segundo Felix uma das primeiras iniciativas será a colocação de telhas fotovoltaicas em um dos prédios do instituto. Ele também informou que está assinado um acordo com a Embaixada da Itália no Brasil para cooperação em energias renováveis. “Estamos recebendo alguns equipamentos de empresas italianas para serem testados aqui no Tecpar", disse. “Nós precismos desenvolver novas formas de produção, necessariamente de energias renováveis. Existem dois desafios, alguns ajustes necessários na legislação e o custo”, disse Felix, acrescentando que está cada vez mais difícil a concessão de licenças ambientais para a construção de grandes hidrelétricas.

Felix disse aos italianos que é um momento oportuno ao investimento. “O governo fará o que for possível para a empresa se instalar no Paraná e a função do Tecpar é justamente essa. Atuar como mobilizador e facilitador de empresas do segmento, sejam nacionais ou estrangeiras, interessadas em investir no estado. O Programa Smart Energy está aberto para facilitar esse trabalho com informações e dados que possam ajudar na tomada de decisão”, disse.

O empresário italiano Filippo Meucci agradeceu a receptividade do governo e disse que o Paraná tem a felicidade de ter uma instituição como o Tecpar, que faz a ponte entre o poder público e a iniciativa privada em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I). “Seria de muita valia se nos tivéssemos na Itália uma instituição como o Tecpar”, afirmou.

WORKSHOP – A padronização das redes inteligentes e sua harmonia com os sistemas de telecomunicações é um dos grandes desafios na avaliação dos palestrantes do 1º Workshop Smart Energy Paraná. Para Júlio Felix, a Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o foro adequado para a sociedade apresentar a demanda e elaborar os padrões.

O desenvolvimento das smart grid no Brasil vem sendo discutido com a ANEEL desde 2009. De acordo com o especialista em projetos de tecnologia de informação e comunicação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Carlos Venicius Frees, o contexto para se criar redes elétricas inteligentes no Brasil é bastante amplo, envolve vários ministérios e agências, além do setor produtivo. “Da resolução 482 da ANEEL (abril/2012) para a 502 (agosto/2012) houve grande avanço, mas ainda há muito para ser construído”, disse.

Segundo ele existem 42 empresas instaladas no país desenvolvendo e criando produtos inovadores para redes elétricas. “Encontros como esse tem que acontecer em todo o Brasil, mas o Paraná está dando um salto para desenvolver as questões tecnológicas e de inovação para este mercado”, concluiu.