“Apesar dos bons resultados aferidos, não vamos nos acomodar. O Tecpar será porta de entrada da ciência, tecnologia e inovação no Paraná, que a partir de agora terá novo endereço. Os recursos vão se multiplicar, com a ligação mais próxima entre academia, o setor privado e o governo, o que nos permitirá um avanço ainda maior pela frente”. O comentário foi do secretário Alípio Leal, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, ao término da 45ª Reunião do Conselho de Administração do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), realizada nesta terça-feira (16).

Alípio é o presidente do Conselho, pois o Tecpar está vinculado à secretaria, e fez questão de enfatizar os números positivos apresentados durante a reunião, que contou com a presença especial, além dos conselheiros titulares, de Jorge Mário Campagnolo, coordenador de Serviços Tecnológicos da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Um dos primeiros pontos abordados foi a aprovação das contas do Tecpar, endossando parecer do Conselho Fiscal na apreciação de relatório de auditoria externa. João Luiz Buso, diretor de Administração e Finanças do instituto, apresentou itens importantes do balanço, salientando que as variações do ativo aconteceram de maneira saudável e que a preocupação maior foi tirar do balanço várias pendências de gestões anteriores. “Conseguimos reduzir a situação negativa dos últimos dois exercícios para um resultado razoável, com R$ 17 milhões de lucro líquido. Ainda não é suficiente, mas já é um caminho. Estipulamos um prazo até 2016 para atingirmos a independência financeira, uma meta bastante arrojada, mas que temos condições de cumprir” – comentou Buso, lembrando que “para 2013 a área de produção vai colaborar muito mais. Deveremos ter resultados muito bons”.

Projetos e produção

Os diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, fez uma avaliação de todas as atividades do instituto e apresentou os rumos que serão traçados no futuro breve. Foram lembrados o Prêmio Paranaense de Qualidade da Gestão, que o Tecpar estreou já ganhando medalha de bronze, assim como o ótimo desempenho da Incubadora Tecnológica de Curitiba, que funciona no instituto, por meio da projeção das empresas ali incubadas. Ele também anunciou que, pela primeira vez na história como fabricante de vacinas antirrábicas, o Tecpar estará diversificando seus clientes. Além do fornecimento normal ao Ministério da Saúde (da ordem de 20 milhões de doses anuais), que teve sua produção reiniciada no mês passado após licença aprovada para nova tecnologia, foi firmada parceria com a empresa Ourofino Agronegócio, do interior de São Paulo, para que esta finalize a produção de vacinas a partir do fornecimento de antígenos pelo Tecpar. A previsão de produção é de 1 milhão de doses para bovinos e 2 milhões para pets (cães e gatos).

Também foram citados os programas Smart Energy e Silício Verde, para o aproveitamento de energia limpa; o estabelecimento do Parque Tecnológico Virtual do Paraná, com bases nas sete universidades estaduais; e a transformação de uma área de propriedade do Tecpar há quase 70 anos, em Jacarezinho, que servia anteriormente como biotério, no Parque Tecnológico do Norte Pioneiro, onde foi inaugurada recentemente a segunda incubadora tecnológica do instituto.

O futuro

“O Tecpar está mudando seu perfil. De entidade prestadora de serviço, para pesquisa e desenvolvimento e soluções tecnológicas” – destacou Júlio C. Felix, prevendo um futuro promissor. “Temos um grande desafio pela frente e não poderíamos crescer sem investimento. Nunca havia sido submetido ao Conselho um plano de investimento. E agora, como determina o estatuto, foi submetido esse plano de investimento para os próximos quatro anos ao Conselho, com fontes de recursos externos e internos” – concluiu Felix.