Intec promove workshop sobre opções de investimento para novos empreendedores 26/08/2011 - 11:56


    “Investimentos nas pequenas empresas – a empresa de alto crescimento – de nascentes à S.A.” foi o tema do quinto workshop promovido neste ano pela Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), realizado nesta quinta-feira (25). O evento foi destinado a empresas graduadas, incubadas ou aquelas interessadas em conhecer o mercado de capitais.

    Os participantes convidados foram o diretor executivo Omar Camargo Neto, da Omar Camargo Corretora de Valores, o cofundador e presidente do conselho da Bematech, Marcel Martins Malczewski, o diretor de negócios e finanças da empresa Solbravo, Rodrigo Silvestre, o doutor em engenharia de produção, consultor e professor de pós-graduação da Universidade Positivo (UP), do Centro Universitário FAE e do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-RJ) Armando Rasoto e a gerente de prospecção de empresas da Bolsa Mercantil e de Futuro BM&F Bovespa, Thaís Góes Nagata.

    O consultor Armando Rasoto deu início ao workshop falando sobre o cenário de crescimento da economia mundial e o momento de crise e sobre a necessidade de difundir, entre os novos empreendedores e as pequenas e médias empresas, o conceito de governança, que pode ser resumido em ter transparência, definir indicadores e aplicar correções de rumo. “O Brasil vai continuar crescendo, mas o momento é de muita cautela. Abertura de capitais não salva negócios e as empresas precisam olhar para dentro e se reestruturar. Primeiro é preciso se preparar financeiramente para depois pensar em abrir o capital”, explicou, ressaltando que os empresários precisam ter o pé no chão. “É preciso mostrar quais são os indicadores e trabalhar com transparência, abrindo os resultados aos colaboradores. Isso é governança corporativa”, detalhou.

    Marcel Martins Malczewski, que é cofundador e presidente do conselho da bem-sucedida paranaense Bematech, uma das primeiras empresas incubadas na Intec, deu conselhos aos incubados. “A principal orientação está relacionada àquilo que o professor Rasoto comentou: é preciso ter uma gestão com transparência, acreditar no negócio e saber aonde se quer chegar”, disse Malczewski, que depois falou sobre o principal erro que cometeu no início da estruturação da empresa. “Um dos maiores erros foi querermos fazer tudo sozinhos. Não entendíamos de finanças nem de administração de recursos humanos, mas achávamos que daríamos conta. Demoramos muito tempo para trazer especialistas. É preciso focar no que realmente interessa porque, senão, você acaba deixando da fazer coisas importantes”, explicou.

    Montar uma equipe coesa e investir em treinamento também foi outro conselho dado por Malczewski. De acordo com o empresário, isso ajuda inclusive num momento de crise ou sucessão. “É preciso se preocupar com a formação das pessoas e saber delegar, preparando a equipe para enfrentar problemas”, acrescentou, lembrando que os investidores sempre estão muito atentos para as mudanças na estrutura da empresa.

    Thaís Góes Nagata também destacou a importância de trabalhar com governança corporativa desde cedo. “Num primeiro momento, entrar na bolsa de valores pode estar muito distante, mas é preciso estar preparado para não perder uma oportunidade quando ela surgir. As empresas devem se preparar como se fossem abrir o capital no futuro”, aconselhou.

    Para o consultor Armando Rasoto o que conta na governança e que traz um futuro tranquilo para as empresas é conhecer os custos e as possibilidades de lucros operacionais. Ter capital de giro foi outro ponto importante destacado por ele, além de entender de finanças. “Os executivos precisam conhecer o negócio, principalmente a área financeira”, afirmou.

    “Ter alguém para lhe  orientar, alguém que conheça o seu mercado, e montar um pequeno conselho pode ser mais produtivo do que contratar um consultor, dependendo do momento pelo qual a empresa passa”, destacou o executivo da Bematech, acrescentando que antes de procurar investidores ou agências de fomento, é necessário colocar dinheiro do próprio bolso. “Pois isso é sinal de que você acredita no negócio”, finalizou.