A Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), vinculada ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), promoveu mais um evento voltado às empresas residentes. O tema escolhido desta vez foi “Governança Corporativa e o Futuro das Pequenas Empresas”. “Escolhemos um tema extremante importante para as empresas incubadas e para o Tecpar. É o terceiro evento promovido neste ano e sempre pensamos em assuntos que possam contribuir para a gestão das nossas empresas”, afirmou o diretor-presidente do Tecpar na abertura do workshop, ressaltando que sugestões para palestras são bem-vindas.

O consultor, administrador de empresas e professor Armando Rasoto começou a sua palestra com alguns conceitos antes de aprofundar o tema proposto. “Governança passa pela estratégia que envolve planejamento e deve ser compreendido por todos os colaboradores da empresa, além de ser implementada nas diversas áreas e medida. Não pode ser apenas prevista, deve ser realizada. Está relacionada à gestão de uma organização”, salientou o especialista em finanças e doutor em engenharia de produção.

De acordo com Rasoto, três ações podem resumir o termo governança: ter transparência, definir indicadores e aplicar correções de rumo. “As empresas são abertas para gerar lucro e dependem de resultados e liquidez, se não tiver isso vão cair nas estatísticas de mais uma empresa que fechou”, alertou.

IBGC – O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), criado em 1995, com o objetivo de colaborar com a qualidade da gestão das organizações brasileiras, define governança corporativa como um sistema no qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre acionistas e cotistas, conselhos, auditores e diretoria. O IBGC é hoje reconhecido nacional e internacionalmente como referência na difusão das melhores práticas de governança na América Latina.

Dentre os itens que contribuem para a perenidade das empresas, Rasoto citou: relatórios bem detalhados; balancetes que sejam espelhos do que acontece; e relação de confiança com os investidores. E destacou a ausência de controles formais e processo de decisão centralizado, como pontos a serem observados pelos administradores.

O especialista também falou da sucessão nas empresas familiares e as ações que precisam ser tomadas e sobre os desafios e principais itens a serem considerados pelos empresários. “Carga tributária, burocracia e retenção de pessoal qualificado são itens que precisam ser analisados. Também é importante estar preparado para acessar o mercado de capitais”, explicou, completando: “Deixem pronto uma apresentação da empresa, como um balão de ensaio a ser mostrado em uma oportunidade para algum investidor”. Antes de concluir a palestra, Rasoto reforçou a necessidade de entender um pouco de contabilidade. “Não é possível um administrador depender do contador da empresa. É preciso conhecer matermática financeira”, alertou.

Na segunda parte da programação, o administrador José Henrique Moreira, que é diretor da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia, falou sobre “O papel dos fundos de investimento na implantação da governança corporativa”.