Empresa incubada do Tecpar pesquisa telhas que aproveitam energia solar 20/01/2012 - 17:29


Os painéis que utilizam células fotovoltaicas para o aproveitamento da luz solar na geração de energia poderão ser substituídos no futuro com a incorporação de sua função nos próprios materiais de construção. A ideia é simples: em vez de se colocar um painel em cima do telhado, as próprias telhas já poderiam estar preparadas para o aproveitamento da energia solar.

Esse conceito, que em inglês é chamado de building integrated photovoltaics (BIPV) é o foco das pesquisas da Solbravo S/A, uma das dez empresas incubadas na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Recentemente o projeto “Produção de telhas de polímeros de baixo custo com células fotovoltaicas encapsuladas para a geração de energia renovável em moradias populares”, da Solbravo, foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto viabilizou a incorporação de dois novos profissionais na empresa: um físico especializado em fenômenos fotoelétricos e um desenhista de produtos, compondo, assim, uma equipe multidisciplinar de oito profissionais na Solbravo.

Na primeira fase desse projeto, as pesquisas concentraram-se no encapsulamento em resina da célula fotovoltaica. Os técnicos da Solbravo fizeram testes de eficiência e durabilidade inserindo a célula em diferentes tipos de telhas que pudessem protegê-la e ao mesmo tempo deixá-la exposta à luz.

Com o reforço na equipe viabilizado pelas bolsas de estudos do CNPq, a Solbravo está iniciando uma nova fase de pesquisa, mais desafiadora. De acordo com um dos sócios da empresa, Marcos Brehm, a ideia é deixar de utilizar células prontas e passar a fabricar e incorporar as fontes fotovoltaicas no próprio material que compõe a telha.

“É um projeto desafiador, porque a tecnologia para fabricação de células fotovoltaicas no Brasil ainda é pouco disseminada, existe apenas um fabricante e poucas frentes de pesquisa”, afirma Brehm, ressaltando que a maioria dos painéis solares instalados no Brasil utiliza células de silício cristalino importadas.

Smart grids - Outra frente de estudos da Solbravo são as chamadas redes smart grids. Redes integradas, nas quais as residências que dispõem de painéis fotovoltaicos ligados a um inversor de frequência podem injetar a energia gerada na rede pública, permitindo, inclusive, que essas residências consumam menos energia do que geram. Junto ao inversor é instalado um cabo de rede para monitorar quanto de energia está sendo gerado. Segundo outro sócio da Solbravo, Paulo Bastos Jr., essa iniciativa é vital para a estratégia de desenvolvimento da empresa, porque “permite o retorno do investimento de forma mais acelerada por parte dos clientes dos produtos Solbravo”.

Energia fotovoltaica - o fenômeno fotovoltaico ocorre a partir de duas camadas de semicondutores, uma dopada positivamente e a outra negativamente, com materiais que levam cada fóton (partícula elementar da luz) incidente no local a fazer com que um elétron pule de uma camada para a outra, gerando uma corrente elétrica.

Existem várias formas de aproveitamento da energia solar. Um dos métodos mais simples é o uso de canos pretos expostos ao sol, que retêm calor para o aquecimento da água. Outra forma é a concentração de luz, ou seja, usinas repletas de espelho que refletem toda a luz para um duto onde passa um fluído (geralmente sal líquido), que aquece água, gera vapor e gira uma turbina conectada a um gerador elétrico. O líquido pode ser armazenado para permitir que o processo continue em períodos sem sol.

Mais informações podem ser obtidas no site www.solbravo.com.br.