Comissão dará início aos estudos para projeto de criação do Parque Tecnológico Virtual do Paraná 08/11/2011 - 17:08



    Uma comissão composta por representantes do governo e de entidades ligadas ao empreendedorismo e tecnologia será formada para formular um projeto com plano de negócio para a criação do Parque Tecnológico Virtual do Paraná. Esse parque será uma rede de incubadoras e empresas de base tecnológica que facilitará a troca de informações e competências entre seus integrantes objetivando o estímulo ao empreendedorismo, à inovação e ao desenvolvimento das diversas regiões do Estado.


    A decisão de iniciar os estudos para a formulação do projeto desse parque, que posteriormente será apresentado para fontes de financiamento, aconteceu na última sexta-feira (4/11), durante a 7a reunião ordinária do Conselho da Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), unidade vinculada ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

    Eleita a melhor incubadora do Brasil em 2010 pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a Intec reúne em seu conselho representantes de instituições de interesse da incubadora, como a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e o Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A proposta de formar uma comissão para iniciar a elaboração do projeto partiu do representante do Sebrae no conselho Edison Charavara. “Num primeiro momento, precisamos nos municiar de informações, dialogando com os diversos atores envolvidos, para aí iniciarmos o projeto”, disse ele. “É preciso ter uma visão clara de qual o melhor caminho a seguir e as instituições e profissionais que vão contribuir”, completou.

    Para a presidente do conselho, Sueli Édi Rufini, que é coordenadora de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o governo estadual tem interesse na formação do parque e é preciso diálogo com as secretarias envolvidas para definir o modelo a ser adotado. De acordo com o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix a ideia inicial é que o funcionamento do parque seja em formato misto. “Em algumas regiões, dependendo do interesse do município, poderiam existir espaços físicos reunindo empresas de segmentos específicos, mas, na maioria dos casos, a integração se daria pela rede, com banco de dados e troca de expertises.”

    O diretor-presidente do Tecpar participou no início de outubro de uma comitiva de empresários e representantes de classes liderada pelo prefeito de Maringá, Sílvio Barros, que esteve em países da Europa visitando parques tecnológicos, centros de inovação e instituições de ensino e pesquisa. “Pelo que se percebeu, a antiga concepção de parque tecnológico concentrando empresas em áreas imensas está ultrapassada, demanda muito investimento e gera uma série de problemas de logística.”

    O gerente substituto da Intec, Jorge Takeda, disse que participou de evento da Anprotec realizado em Porto Alegre este ano procurando verificar as experiências de outros estados. Segundo ele, São Paulo está bem avançado na formação de parques e atração de empresas de base tecnológica. “Eles focam nos grandes centros do interior onde existem universidades. As prefeituras têm marco legal bem definido, existem leis estaduais de incentivo, quatro fundos de fomento, dos quais um deles é específico para parques”, disse Takeda, ratificando a sugestão do diretor-presidente do Tecpar sobre o modelo a ser adotado no Paraná. “Em São Paulo percebe-se claramente um modelo de atração de empresas e adensamento geográfico. No Paraná eu acho que o modelo deve ser de adensamento tecnológico. Seria uma conjunção de uma parte virtual com alguns centros especificados ou na região metropolitana de Curitiba ou nas regiões de Londrina e Maringá, por exemplo”, disse Takeda.

    Uma unidade do Tecpar em Araucária poderá ser no futuro parte integrante do Parque Tecnológico Virtual do Paraná. A Intec estuda a viabilidade de instalar um laboratório pré-clínico no local, adaptando a estrutura e aproveitando competências de instituições com as quais o Tecpar já tem parceria, como o Instituto Carlos Chagas (ICC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O novo espaço será denominado Biointec.

    Além dessa possibilidade de ampliar as atividades da Intec na área de saúde e biotecnologia, a 7a reunião do Conselho da Intec discutiu outros assuntos como: os procedimentos de seleção para incubação de empresas na Intec e o projeto submetido ao Plano Nacional de Incubadoras (PNI/2010) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

    Também estavam presentes na reunião do Conselho da Intec: Mario Dória, representando a Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul; Eduardo Garcia, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE); Mário Santos Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Paulo André Beltrão, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).