Biocontroles naturais são tema de curso no Tecpar 21/07/2010 - 15:19

Controle biológico natural de pragas contribui para a redução da utilização de pesticidas protegendo a biodiversidade, a água e o solo.


Para dar continuidade ao processo de controle biológico de pragas que atingem as plantações paranaenses a Biofábrica vinculada ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) promoveu, no início do mês, um curso voltado ao controle de pragas na lavoura de cana-de-açúcar.

Além dos funcionários da unidade, participaram do curso trabalhadores envolvidos no cultivo da cana, alunos do campus Bandeirantes da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e funcionários da usina de açúcar e álcool Dacalda e da Cia. Agrícola Usina Jacarezinho.


O curso foi ministrado pelo engenheiro do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) Carlos Alexandre Almenida e, na ocasião, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os laboratórios da Biofábrica, onde é produzida a Cotesia flavipes, vespa utilizada no controle da lagarta da broca da cana.

Em setembro está previsto mais um curso voltado aos produtores rurais do Estado e também aos alunos e professores que desenvolvem pesquisas na área de produção de biocontroles naturais. No próximo encontro, Almeida falará sobre o controle de cigarrinhas, que, com a proibição da queimada da cana-de-açúcar, estão se alastrando no campo e trazendo sérios problemas às plantações dos estados de São Paulo e Paraná.

A BIOFÁBRICA - Inaugurada pelo Tecpar, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), no dia 24 de setembro de 2009, a Biofábrica está localizada em Jacarezinho, no norte do Paraná.

O local tem como objetivo a realização de trabalhos voltados ao desenvolvimento da agricultura familiar dando ênfase ao controle biológico de pragas que infestam as lavouras dos principais cultivos do Estado. Com esse método, os técnicos do Tecpar que atuam na Biofábrica produzem nos laboratórios da unidade inimigos naturais das pragas, o que contribui para a redução de práticas agrícolas agressivas e muitas vezes químicas utilizadas no controle desses agentes prejudiciais às plantações. O método natural tem ainda a vantagem de proteger a biodiversidade, não deixando resíduos tóxicos em alimentos, na água e no solo, além de aumentar o lucro do produtor, pois é mais barato que os agrotóxicos.

O primeiro agente natural produzido na unidade com o apoio da Seti e uma parceria firmada com a Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp) foi a vespa Cotesia flavipes, que é utilizada no controle da lagarta da broca da cana (larva de borboleta), praga que ataca as plantações de cana-de-açúcar, considerada o principal produto da região. Os resultados obtidos com esse controle apontam para uma redução de até 70% da perda da cultura da cana-de-açúcar.